sabato 1 settembre 2018


O argumento

Nas línguas modernas, o tipo mais comum de proposição é a expressão verbal, ou seja, formado a partir de um assunto (que não pode ser expresso) e um predicado, que expressa a ação realizada pelo sujeito. O predicado é representado por um verbo, que refere-se ao mesmo sujeito: a frase 'os homens comem' a acção  de 'comer' refere-se ao sujeito, 'homens', enquanto que nas frases 'o homem é bom' ou ' o homem é um animal racional 'eles se referem ao sujeito, a qualidade  de 'bom' ou determinação' 'animal racional. Quando as formas do verbo a ser encontrado em frases desse tipo, são  chamadas de copula (união), uma vez que indicam a relação entre o sujeito ( 'homem') e a parte nominal ( 'bom' ou 'animal racional').
Em grego, a parte nominal assume o mesmo caso do sujeito e, geralmente, precede a cópula. Ex:. Ό άνθρωπος, αγαθός έστιν = homem é bom.

VOCABULARIO 10°

ό γάμος, ου bodas, o matrimónio (monogamia)
ό διδάσκαλος o mestre
è κριτής, οϋ o juiz
ή οικία, ας a casa (economia, ecologia)
ò/ή ονος, ου burro, burra
ό ύπνος, ου o sono (ipnose)
άξιος, ία, ιον digno, oportuno
άτιμος, ον privo de honra
δεξιός, ά, όν direito
έτοιμος, ον (ος, η, ον) pronto
ικανός, ή, όν capaz, adeguado, digno
καινός, ή, όν novo
μόνος, η, ον sozinho, único (monologo)
όλος, η, ον tudo, inteiro (olocausto)
δμοιος, α, ον simil, igual a (omeopatia)
παλαιός, ά, όν velho, antigo (paleozoico, paleografìa)
έντεΰθεν (avv.) de ca,
νϋν (aw.) agora
ουν (avv. e cong.) portanto, então

DÉCIMA AULA

 A formação da imperfeita activo indicativo

Em grego, os tempos têm diferentes MODOS (indicativo, imperativo, optativo, imperativo, infinitivo e particípio).
O imperfeito, por outro lado, tem apenas o modo indicativo.
É construído de acordo com esta fórmula:
AUMENTO + T. DO PRES. COM VOG. TEMAT + DESIGN. TEMPOS HISTÓRICOS
ε λυ - ο - v

OBSERVAÇÕES

a)     As terminações a usar, para o Imperfeito, são aquelas dos de tempos históricos.
b)    Os verbos gregos normalmente mantêm o acento onde se encontra na primeira pessoa singular do Pres. Indic, desde que a quantidade da última sílaba e a lei do trissilabismo o permitam; no Imperfeito, o acento retrocede de uma sílaba, comparado ao Presente Indicativo. Nos verbos compostos, no entanto, não pode retroceder para além do aumento (no caso de verbos dissílabas, como άγω, que nos compostos, por exemplo. Ύπάγω, não tem ΰπνηγον como imperfeito, mas ύπήγον).
c)     O Presente indica uma ação duradoura, obviamente no Presente; o imperfeito, que deriva diretamente do tema do presente, indica também uma ação duradoura, mas no passado. O tema, comum ao Presente e ao Imperfeito, caracteriza a qualidade da ação (durativa); o aumento e os finais indicam, em vez disso, a referência ao passado.
d)    O Imperfeito é amplamente utilizado em narrativas descritivas. Mesmo os verbos que significam 'dizer, narrar, pedir, orar' são de grande utilidade para o Imperfeito,
e)    O Imperfeito também pode indicar um hábito ou ação repetida no passado (ver Mc 12.41, Jo 11.36, Atos 3.2, Mc 15.6, Lc 17,27).
f)      O Imperfeito de obrigo é aquele que indica uma ação desejada ou tentada, mas não realizada (ver Lc 1.59, Mc 9:38, 15.23, Atos 7, 26). Este tempo também pode ser usado para expressar um desejo inatingível (veja Rm 9,3; Gálatas 4:20).


Imperfeito indicativo com aumento silábico




Tabela do aumento  temporal

O aumento do temporal consiste no alongamento da vogal inicial do tema do Presente, de acordo com as seguintes normas:



Observações


a)     Os ditongos ευ, e às vezes também os outros, podem ser encontrados sem aumento ou podem ter o aumento temporal, consistindo no alongamento de sua vogal inicial, que se torna, respectivamente, η ou ω.:

b) As vogais η e ω, já longas, permanecem inalteradas.
c) Em verbos compostos como regra, o aumento é inserido entre a preposição e o verbo simples. Se a preposição termina em vogal, desaparece na frente do aumento '.
d) Se a preposição termina na consoante, podem ocorrer modificações eufônicas

Quadro do Imperfeito indicativo com aumento temporal


Quadro do imperfeito indicativo contraído


NOTAS GRAMÁTICAIS SINTÁTICAS
As preposições
De acordo com um desenvolvimento que também é encontrado em outras línguas indo-européias, no grego da 'koiné' as preposições têm um uso muito mais amplo que no grego clássico, mas sofrem uma redução no número, devido a processos sincréticos. Na tradução da LXX e NIT, o uso muito amplo da preposição também é devido a ressonâncias semíticas. Abaixo apresentamos uma breve discussão sobre o uso de algumas preposições, especificando que outras, amplamente utilizadas na língua grega, serão consideradas em lições posteriores.



§ O Uso de άπό
'Από indica especialmente remoção, em um sentido local (movimento de lugar), mas também no sentido temporal (cfr Mt. 9,22;. Άπό κτίσεως κόσμου = desde a criação do mundo, Rm 1,20;.. Lc 1,48) . É também para indicar a origem, onde o uso de έκ seria clássico (ver, por exemplo, Jo 1, 44s:..... Φίλιππος άπό Βηθσαϊδά - Philipe de Betsaida, Atos 21:27); Causa: κοιμωμένους άπό της λύπης = adormecido por tristeza. Act. 22,45; às vezes o complemento de agente: ένοχλούμενοι άπό πνενμάτων άκαθάρτων = atormentados por espíritos imundos, At. 2,22; At. 6,18; 17.25;II Cor. 7,13; mas às vezes é confusão dos copistas e a documentação textual é incerta. Em Gal. 2,12; 3,2; I Cor. 11,23; Jo. 3,2; 13,3; 16,30 pode significar 'por ...'.

§ Uso de είς
Είς indica o movimento no lugar (a direcção, ou a entrada em um determinado local), mas também pode ser utilizado como tempo: είς εκείνην την ημέραν = até esse dia, II Tm. 1:12; com o propósito ou fim: είς την έμήν άνάμνησιν = em memória de mim / para me lembrar, I Cor. 11,24. Uma utilização típica é a uma chamada predicativa: um acusativo precedido por είς, em lugar de um predicado de um complemento nominal ou predicativa do sujeito; p. . Por exemplo: καί έσομαι ύμϊν είς πατέρα = e vos amarei como pai (II Co 06:18; 3,5 I Ts; cf. 19,5; 21,42; 13,19 Le.. ). Provavelmente (em N.T., é um semitismo, e είς corresponde à preposição hebraica le.

§ - Uso de έχ / έξ
Έκ (na frente da vogal se torna έξ) indica movimento, no sentido de origem ou proveniência ou fora de algo (lugar); falando de tempo, indica o começo: έκ νεότητάς μου = desde minha juventude, Mc. 10.20 (veja também Le. 23.8, Jo 6:64). Corresponde utilização clássica ao expressar o complemento da matéria: σκεύος έκ ξύλου τιμιωτάτου = vasos de madeira preciosa, Ap. 18.12 (veja também Mt 27.29) e de origem (veja Mt 1.3, Jo 1:13). Às vezes indica a causa ou o instrumento: livesή έκ δυνάμεως θεού = vive para (ou graças ao) poder de Deus, II Cor. 13,4 (veja também IP 2:12, Rev. 16,10.21).

§  - Uso de έv
Έν é usado para indicar o status no lugar. Mas também é encontrado para indicar o complemento de tempo determinado: έν τη έσκάτη ημέρα = no último dia, Jn. 6,44; entretanto, nesse sentido, também pode ser omitido (ver Jo 6:54). Com nomes coletivos e o plural, pode ter a nuance do significado 'no meio': έν τοϊς 'έθνεσιν - entre os pagãos, Gl. 1.16. Um uso particular é o instrumental, freqüente em N.T., que reflete um dos significados da preposição judaica bf. Assim, pode indicar instrumentos ou meios de morte (veja Mt 26,52, Le. 22,49), condimentos (veja Mt 5, 13), fogo (veja Apocalipse 14.10, 16.8), a água e o fogo do batismo (Mt 3,11), os meios de justificação (ver Gálatas 5: 4, Romanos 5: 9) etc. No N.T. encontramos, às vezes, εις em vez de εν, para indicar o estado em vigor, como no grego moderno (ver Me 1.9, Leu 11.7, Atos 8:40, Jo 1,18). Mais raro é έν em vez de εις, para indicar a moção para colocar (ver Le. 4,1).

lunedì 3 luglio 2017

Os Casos

 

PALAVRA GREGA

Quanto à forma, as palavras gregas podem ser variáveis ou invariáveis, exatamente como nas demais línguas indo-européias; mas, por se tratar de língua muito antiga, de estrutura próxima à do tronco indo-europeu, as variações morfológicas das palavras gregas são bem mais complexas do que as das línguas mais modernas. Há pequena quantidade de palavras invariáveis: são os advérbios, as preposições, os conetivos e uma série de partículas de difícil classificação que emprestavam tonalidade e ênfase variadas aos enunciados.

As palavras com formas variáveis, muito numerosas, são os substantivos, adjetivos e pronomes, nestas sinopses chamados coletivamente de nomes, e os verbos. O reconhecimento de palavras invariáveis é questão de léxico; as mais freqüentes estão listadas no Vocabulário Fundamental. Quanto às palavras variáveis, além da noção básica transmitida pela palavra em si (informada pelo dicionário), é preciso identificar a forma sob a qual se apresenta e assim determinar sua função sintática nos enunciados.

Frase, Oração E Seus Elementos

A frase é a unidade básica e mais elementar do discurso:
οἴμοι.
"Ai de mim!"
ἄγαγε.
"Fora!"
ζηλῶ σέ, γέρον.
"Invejo-te, meu velho."
Temos, acima, três frases, pois são enunciados de sentido completo acompanhados de entonação, de melodia. A frase pode conter uma ou mais orações; fala-se em oração quando a frase tem esquema discursivo completo, com seus elementos essenciais, e se presta a uma análise de seus
constituintes. Apenas a frase "ζηλῶ σέ, γέρον" (E.IA. 17), supra, é também uma oração.

1. Elementos essenciais da oração

Na oração há apenas dois elementos essenciais: o que denota o processo, a ação (predicado), e o que denota o agente do processo (sujeito):
1. Ἀχιλλεύς τρέχει.
"Aquiles corre."
No exemplo acima, τρέχει, "corre", é o processo, e Ἀχιλλεύς, "Aquiles", é o agente do processo. O elemento básico da oração é o predicado, que pode estar claramente expresso, como no exemplo acima, ou então oculto:
2. οὔκουν φθόγγος γ' οὔτ' ὀρνίθων οὔτε θαλάσσης.
"Nenhum ruído, nem de aves, nem do mar." (E.IA 9-10) As categorias de palavras que exercem a função de sujeito e de predicado na frase são, habitualmente, o substantivo (sujeito) e o verbo (predicado).
Note-se que o verbo de ligação εἰμί, "eu sou / estou / existo", em geral fica subentendido:
3. ἄριστον μὲν ὕδωρ (ἐστίν).
"grande coisa (é), realmente, a água." (P.O. 1.1)

 Valem, para o grego antigo, praticamente os mesmos conceitos aplicáveis às línguas em geral e às línguas indo-européias em particular.

O ENUNCIADO EM GREGO

Em certo sentido, discurso e enunciado são conceitos semelhantes. "O enunciado é uma palavra ou um conjunto delas que exprime um pensamento inteiro, acabado" (Murachco, 2001). No grego antigo encontraremos as mesmas classes de palavras do português: 

  • substantivos

designam / identificam seres, objetos e abstrações
v.g. Ἀχιλλεύς, "Aquiles", φθόγγος, "ruído", ὀρνίθων, "aves"

  • adjetivos

caracterizam ou determinam os substantivos
v.g.  γαθοῖς, "bons", εὐδαίμονα, "feliz"
 

• estão incluídos os numerais, v.g. τρεῖς, "três"

  •  pronomes

desempenham a função do substantivo e/ou do adjetivo
v.g. ἐγώ, "eu", σέ, "te"
• estão incluídos os artigos definidos, v.g. τῶν, "os", τὸ, "o"

  •  verbos

indicam um processo (ação, estado ou passagem de um estado a outro)
v.g. ζηλῶ, "eu invejo" e τρέχει, "ele corre"

  •  advérbios

determinantes de local, tempo ou modo (intensificação, negação, etc.) de verbos e adjetivos
v.g. οὐκ, "não", πολλάκις, "muitas vezes", πότε, "quando?"

  • conjunções

coordenam palavras, expressões e orações, ou uma subordinação entre orações (cf. infra)
v.g. καὶ, "e", εἰ, "se", ὅτι, "que, porque"

  •  preposições

medeiam o processo de subordinação entre complemento e complementado
v.g. ὑπό, "por, sob", παρά, "junto de", περί, "em volta de"
 

O grego antigo tem, além das conjunções e preposições, numerosas outras partículas, palavras curtas e invariáveis, difíceis de agrupar:

  • partículas exclamativas ("interjeições");
  •  partículas enfáticas, explicativas e muitas outras.

FRASE, ORAÇÃO E SEUS ELEMENTOS

A frase é a unidade básica e mais elementar do discurso:
οἴμοι.
"Ai de mim!"
ἄγαγε.
"Fora!"
ζηλῶ σέ, γέρον.
"Invejo-te, meu velho."
 

Temos, acima, três frases, pois são enunciados de sentido completo acompanhados de entonação, de melodia.
A frase pode conter uma ou mais orações; fala-se em oração quando a frase tem esquema discursivo completo, com seus elementos essenciais, e se presta a uma análise de seus constituintes. Também a frase 

"ζηλῶ σέ, γέρον"  é uma oração.

 

Elementos essenciais da oração

Na oração há apenas dois elementos essenciais: o que denota o processo, a ação (predicado), e o que denota o agente do processo (sujeito):
1. Ἀχιλλεύς τρέχει.
"Aquiles corre."
No exemplo acima, τρέχει, "corre", é o processo, e Ἀχιλλεύς, "Aquiles", é o agente do processo. O elemento básico da oração é o predicado, que pode estar claramente expresso, como no exemplo acima, ou então oculto:
 

2. οὔκουν φθόγγος γ' οὔτ' ὀρνίθων οὔτε θαλάσσης.
"Nenhum ruído, nem de aves, nem do mar." 

As categorias de palavras que exercem a função de sujeito e de predicado na frase são, habitualmente, 

a) o substantivo (sujeito) e 

b) o verbo (predicado).
 

Note-se que o verbo de ligação εἰμί, "eu sou / estou / existo", em geral fica subentendido:
 

3. ἄριστον μὲν ὕδωρ (ἐστίν).
"grande coisa (é), realmente, a água." (P.O. 1.1)

 

Complementos nominais e verbais

4. ἐγένοντο Λήδαι Θεστιάδι τρεῖς παρθένοι·
"nasceram de Leda, filha de Téstio, três donzelas:" (E.IA. 49)
5. οὐκ ἐπὶ πᾶσίν σ' ἐφύτευσ'  γαθοῖς, Αγάμεμνον, Ατρεύς.
"Atreu não te engendrou para todas as boas coisas, Agamêmnon." (E.IA. 29-30
 

Na primeira oração, o núcleo do sujeito é παρθένοι, "donzelas", e o verbo é ἐγένοντο, "nasceram". Na segunda, o sujeito é Ατρεύς, "Atreu" e o verbo é  ἐφύτευσα, "engendrou".
As outras palavras são complementos que qualificam, especificam ou delimitam circunstancialmente esses e outros elementos das orações.
Existem, em grego, praticamente os mesmos complementos do português; por razões estritamente didáticas, no entanto, nestas sinopses eles serão simplificados da seguinte forma:

 complemento nominal: completa ou especifica, na acepção mais ampla do termo, o sentido dos substantivos
v.g. ὀρνίθων, "de aves" e θαλάσσης, "do mar" (exemplo 2)
substantivos, adjetivos, pronomes, advérbios 

aposto: explicação ou apreciação que se junta a um substantivo ou pronome; não completa o sentido dele, só explica
v.g. Θεστιάδι, "filha de Téstio" (exemplo 4)
 

substantivos predicativo: completa o sentido dos verbos de estado ("verbos de ligação")
v.g.  γαθός, "bom", na oração ὁ πατήρ  γαθός ἐστίν, "meu pai é bom"
 

substantivos, adjetivos objeto: complemento verbal, completam a noção contida na ação verbal
v.g. παῖδας, "crianças", na oração διδάσκω τοὺς παῖδας, "eu ensino as
crianças", e o pronome σ' (σέ) no exemplo 5
 

substantivos, pronomes, adjetivos numerais
N.b.: no grego, como se verá, não faz o menor sentido usar as nomenclaturas "objeto direto", "objeto indireto" e "objeto direto preposicionado"

 

A PALAVRA GREGA

Quanto à forma, as palavras gregas podem ser variáveis ou invariáveis, exatamente como nas demais línguas indo-européias; mas, por se tratar de língua muito antiga, de estrutura próxima à do tronco indo-europeu, as variações morfológicas das palavras gregas são bem mais complexas do que as das línguas mais modernas.
Há pequena quantidade de palavras invariáveis: são os advérbios, as preposições, os conetivos e uma série de partículas de difícil classificação que emprestavam tonalidade e ênfase variadas aos enunciados.
As palavras com formas variáveis, muito numerosas, são os substantivos, adjetivos e pronomes, nestas sinopses chamados coletivamente de nomes, e os verbos.
O reconhecimento de palavras invariáveis é questão de léxico; as mais freqüentes estão listadas no Vocabulário Fundamental. Quanto às palavras variáveis, além da noção básica transmitida pela palavra em si (informada pelo dicionário), é preciso identificar a forma sob a qual se apresenta e assim determinar sua função sintática nos enunciados.

PALAVRAS VARIÁVEIS

As palavras variavéis têm uma parte mais ou menos fixa, o radical, e outra que varia consideravelmente, a desinência. O radical contém a noção nominal ou verbal; a desinência marca o gênero, o número e outras categorias gramaticais da palavra.
κόρακ-ας

RADICAL

(noção nominal: "corvo")

DESINÊNCIA

(masculino, singular, acusativo)

No exemplo acima, se assinala o radical do substantivo κόρακας; e em
letras negras, a desinência. O radical é em geral representado sem os acentos, seguido de um traço e muitas vezes entre colchetes: [κορακ-]. A desinência costuma ser precedida por um traço: -ας.
Eis um panorama das noções informadas pelo radical e pelas desinências:

RAIZ E AFIXOS DO RADICAL

Diz-se que o radical é "mais ou menos fixo" porque há, freqüentemente, variações significativas na sua forma entre as palavras de uma mesma família e, também, nas diversas formas de uma única palavra.
Os radicais gregos são em geral constituídos por dois elementos básicos, a raiz e os afixos. A raiz é a parte do radical que contém o significado básico da palavra; os afixos (prefixos, infixos e sufixos, conforme a posição) especificam ou determinam certas nuances da noção nominal ou verbal contida na raiz. Algumas palavras têm radical formado unicamente pela raiz.
Considere-se, por exemplo, a raiz δο-, que contém a noção geral de "dar":

  •  na palavra δοτήρ, -τηρ é um sufixo de agente que especifica o valor da raiz; daí a tradução, "aquele que dá", "doador";
  • em δόσις, -σις é um sufixo de ação, isto é, que indica uma ação; a tradução, nesse caso, é "aquilo que é dado", "doação" (daí, "dose" — algo que é dado em certas
    quantidades);
  •  na forma verbal δίδομεν, δι- é um prefixo especial, conhecido por redobro em -ι-,que nesse caso marca o aspecto durativo da ação verbal; -μεν não faz parte do
    radical, é a desinência da 1ª pessoa do plural. Tradução: "nós damos".

ALTERNÂNCIAS VOCÁLICAS

A parte mais estável do radical é, em geral, o arcabouço consonântico; as variações mais freqüentes ocorrem em determinadas vogais e são chamadas de alternâncias vocálicas — ou apofonia.
Considere-se, por exemplo, algumas formas ativas do verbo λείπω, "eu deixo":

    ἔλιπον = aoristo, indicativo, 1ª sg.

    λείπω = imperfectivo, indicativo presente, 1ª sg.

    λέλοιπα = perfectivo, indicativo presente, 1ª sg.
 

As sutis alterações no grupo vocálico do radical primitivo (λιπ-, radical do aoristo), constituídas pela inserção das vogais -ε- e -ο-, indentificam uma nuance do ato verbal conhecida por "aspecto verbal" (imperfectivo, aoristo, perfectivo) para cada uma dessas
formas. Os lingüistas chamam essa vogal variável de "vogal alternante" e as alternâncias são chamadas de graus. Neste caso, temos:

  •  o grau zero (λιπ-);
  •  o grau pleno (λειπ-);
  •  o grau fletido (λοιπ--).

Nos radicais nominais, a apofonia é mais evidente na vogal temática, sufixo posicionado no fim do radical de algumas palavras. Essa vogal sofre, notadamente, alterações no timbre.
Considere-se, por exemplo, algumas formas do substantivo λύκος, "lobo":

1. λύκε = vocativo sg.: grau -ε-
2. λύκος = nominativo sg. :: grau -ο-
 

É costume representar graficamente a vogal temática assim: -ε/ο-. No exemplo acima, portanto, o radical é λυκε/ο-.
Alguns verbos também têm uma vogal alternante -ε/ο-, muito semelhante à dos nomes, entre o radical e a desinência de certas formas verbais. Vejamos, por exemplo, duas formas ativas do verbo λύω-, "eu desato":
 

1. λύ-ο-μεν = imperfectivo, indicativo presente, 1ª pl. :: grau -ο-
2. λύ-ε-τε = imperfectivo, indicativo presente, 2ª pl. :: grau -ε-
 

Há divergências quanto à etimologia dessa vogal alternante dos verbos. Quase todos os gramáticos chamam-na de "vogal temática" e, de acordo com sua presença nas formas do sistema do imperfectivo, agrupam os verbos gregos em verbos temáticos e verbos atemáticos. Murachco, por outro lado, considera-a apenas uma "vogal de apoio ou de ligação", recurso fonético criado para acomodar problemas de pronúncia.
Do ponto de vista prático, independentemente da nomenclatura, trata-se de vogal alternante... E, como se verá, a terminologia verbos temáticos e verbos atemáticos é inadequada de qualquer ponto de vista.

DESINÊNCIAS E TERMINAÇÕES

A parte final, flexível, das palavras variáveis — nomes e verbos — recebe diversas denominações.  Para diferenciar "desinência" de "terminação".
Eis um exemplo tirado do verbo λυ-, "desatar":

 

λύετε
λύομεν

RADICAL

λύ (noção verbal),

DESINÊNCIA

ετε (pessoa, aspecto número)
 

VOGAL
ALTERNANTE
TERMINAÇÃO

 

Desinência é um sufixo colocado depois do radical das palavras variáveis para marcar as categorias gramaticais (gênero, número, caso, pessoa do discurso, etc.).
Terminação é o conjunto de "letras móveis" do fim da palavra e que geralmente engloba a desinência, eventuais letras móveis do fim do radical e certos infixos colocados entre o radical e a desinência.
No substantivo κορακ-, "corvo", a forma κόρακ-ας pode ser decomposta em κόρακ-, radical, e -ας, desinência. A desinência e a terminação neste caso são a mesma coisa.
No verbo λύομεν, que acabamos de ver, λυ- é o radical, -ο- é a vogal alternante, -μεν é a desinência; -ομεν, portanto, é a terminação.
No substantivo δοτηρ-, "doador", δοτηρ- é o próprio radical e não há desinência visível.
Neste caso, diz-se que a palavra tem desinência "zero", representada pelo sinal -ø.

  Agente da passiva: complemento verbal sobre o qual recai o processo indicado pelo verbo na voz passiva
v.g. τινος, "alguém", na frase φιλοῦμαι ὑπὸ τινος, "sou amado por alguém"
substantivos

 complemento circunstancial: especifica as circunstâncias envolvidas no processo verbal, ou intensifica o sentido de verbos e adjetivos
v.g. Λήδαι, "de Leda" (exemplo 4) e πᾶσίν  γαθοῖς, "para coisas boas"
(exemplo 5)
 

 vocativo: invocação ou interpelação do ouvinte com entoação exclamativa
v.g. Αγάμεμνον, "Agamêmnon" (exemplo 5)

TIPOS DE ORAÇÃO
Assim como no português, no grego existe a oração independente, com sentido completo:
ὁρῶ τὴν σὴν οἰκίαν.
"estou vendo a tua casa."
Para exprimir pensamentos mais complexos, orações independentes podem ser colocadas lado a lado, em sucessão, sem dependerem formalmente umas das outras.
A primeira possibilidade é o assíndeto (gr.  σύνδετος, "não unido"):
 

οὗτος  πήγγειλε τὰ ψεύδὴ, ὑμεῖς ἐπιστεύσατε, οἱ Φοκεῖς ἐπύθοντο,
ἐνέδωκαν ἑαυτοὺς,  πόλοντο.
"ele transmitiu falsidades, vós acreditastes, os Focídios tomaram conhecimento, entregaramse, foram aniquilados"
ἕλκε, τίλλε, παῖε, δεῖρε, κόπτε πρώτην τὴν χύτραν.
"Puxa, arranca, bate, esfola, quebra primeiro a panela" (Ar.Av. 365)
 

A segunda possibilidade é o processo de justaposição através de partículas de coordenação, a parataxe (gr. παράταξις):
ὁι μέν τινες  πέθανον, ὁι δ' ἥκουσιν.
"uns estão mortos, porém outros estão aqui" (And. 1.25)
τῆς παιδείας τὰς μὲν ῥίζας εἶναι πικράς, γλυκεῖς δὲ τοὺς καρπούς
"as sementes da educação são amargas, mas os frutos (são) doces" (D.L. 5.18)
 

Os dois membros da frase, nos exemplos acima, estão coordernados pela partículas μέν (1º membro) e δέ (2º membro), nem sempre traduzíveis.
Enunciados ainda mais complexos dependem do uso de orações subordinadas a uma oração principal (gr. ὑπόταξις). As orações subordinadas podem estar ligadas ao verbo da oração principal pelos conectivos de subordinação; do ponto de vista sintático, representam um dos elementos da oração principal, da qual dependem.
O grego tem os mesmos tipos de oração subordinada que o português:

  •  orações subordinadas substantivas

constituem o sujeito, o objeto, o predicativo, o complemento nominal ou o aposto da oração principal;

  •  orações subordinadas adjetivas

constituem um complemento nominal que determina um dos elementos da oração principal, da mesma forma que um adjetivo o faria;

  •  orações subordinadas circunstanciais (adverbiais)

exprimem diversas circunstâncias que afetam o verbo da oração principal.
Nos exemplos abaixo, a oração principal está sublinhada:

λέγεται αὐτὸν εἶναι εὐδαίμονα.
"Ele diz ser (= que é) feliz."
 

  • Oração subordinada substantiva objetiva, não introduzida por conetivo.

πάντα ἃ βούλει ἔξεις.
"Terás tudo o que queres"

  • Oração subordinada adjetiva, introduzida por conetivo (o pronome relativo ἃ).

εἰ οἱ θεοί εἰσι κακοί, οὐκ εἰσὶ θεοί.
"Se os deuses são maus, eles não são deuses."

  • Oração subordinada circunstancial condicional, introduzida por conetivo (a conjunção εἰ).

Substantivos, adjetivos, pronomes, verbos e advérbios formam o arcabouço das orações e cabe às partículas o  importante papel relacional, pois são elas que conectam os elementos da oração entre si (v.g. preposições, conjunções) e as orações coordenadas e subordinadas à oração principal (v.g. conjunções).
N.b.: os pronomes relativos, embora não sejam partículas, têm igualmente função conectiva, pois subordinam orações adjetivas à oração principal.

RADICAIS NOMINAIS

A flexão nominal compreende o conjunto de variações morfológicas assumidas por substantivos, adjetivos, pronomes e formas participiais do verbo em diferentes situações.
Considemos a oração

 

ὁ ἵππος τὸν ἵππον βλέπει. "o cavalo olha o cavalo"

Observe-se a palavra "cavalo", cujo radical, neste exemplo, tem a forma ἵππο-; ela aparece em dois formatos, ἵππος e ἵππον. O radical encerra a noção nominal, "cavalo"; a forma ἵππος, que é um nominativo masculino singular, marca o gênero, o número e a função de "sujeito" da frase; a forma ἵππον, um acusativo masculino singular, assinala a função de "objeto" do verbo βλέπει, além do gênero e do número. A diferença entre as duas formas da palavra "cavalo" reside na terminação: -ος no primeiro caso, -ον no segundo.
 

Os radicais nominais dos substantivos costumam ser agrupados de acordo com a última letra do radical em três grandes grupos ou declinações:
1. Radicais em -α(η)
2. Radicais em -ε/ο-
3. Radicais em consoante / sonante
 

a. em -γ, -κ, χ (guturais) 

b. em -δ, -τ, -θ (dentais)
c. em -β, -π, -φ (labiais)
d. em -μ, -ν (nasais)
e. em -λ, -ρ (líquida)
f. em -σ (sibilante)
g. em -ι, -υ, -F (sonantes)
 

A morfologia nominal básica é a dos substantivos; adjetivos e pronomes podem ter o radical classificado mais ou menos do mesmo modo. Ver paradigmas nominais.
Dá-se o nome de "declinação" ao conjunto das formas flexionais que os nomes podem assumir no enunciado. Declinar uma palavra é enunciar, de forma sistemática, suas diferentes formas.
A noção contida no radical nominal é informada pelo dicionário. Veja as formas dicionarizadas dos nomes no léxico.

Desinências nominais básicas

O substantivo κορακ-, "corvo ", por exemplo, pode assumir as seguintes formas:
κόραξ (< κόρακς)
κόρακα
κόρακος
κόρακι
κόρακες
κόρακας
κοράκων
κόραξι (< κόρακσι)
κόρακε
κοράκοιν
Compare-se κόραξ [κορακ-] com o substantivo português "mesa" [mesa-], por exemplo, que tem apenas as seguintes flexões para exprimir gênero e número: mesa-a (> mesa),
mesa-s.
As desinências nominais acrescentam ao radical dos substantivos, adjetivos, pronomes e particípios as noções gramaticais de gênero, de número e de caso.

GÊNERO

As formas nominais podem ser masculinas, femininas ou neutras. O masculino e o feminino são gêneros "animados", isto é, referem-se a seres do sexo masculino ou do sexo feminino.
O neutro é um gênero "inanimado", que reflete a ausência de gênero (nem masculino, nem feminino). Mas o gênero gramatical nem sempre é igual ao gênero natural; v.g. rios e ventos são masculinos porque, para os gregos, eram divindades do sexo masculino.

NÚMERO

O singular designa um único ser / objeto; o plural, mais de um ser / objeto; o dual, um par de seres / objetos, como por exemplo os dois olhos.

CASO

O grego tinha, praticamente, cinco casos: o nominativo, o vocativo, o acusativo, o genitivo e o dativo; o locativo e o instrumental, morfologicamente semelhantes ao dativo, existiam ainda em forma vestigial. As desinências casuais, tanto em sentido concreto como em sentido abstrato, tinham a função básica de:

  •  nominativo = identificar, nomear o ser / objeto;
  •  vocativo = interpelar, chamar;
  •  acusativo = marcar o percurso no tempo e no espaço;
  •  genitivo = marcar a origem, a separação;
  •  dativo = marcar a atribuição;
  •  locativo = marcar o lugar em que se está, no tempo ou no espaço;
  •  instrumenal = exprimir o meio / instrumento usado para um ato. 

1. Nominativo

O caso nominativo. A oração principal. A oração subordinada.

O caso nominativo é usado, sobretudo, para indicar o "sujeito" de uma oração principal ou subordinada. Ele exprime o tópico principal que é considerado, o "sujeito" do discurso, a respeito do qual se fala.
 O nominativo pendente, também chamado de relatório ο absoluto (porque expressa a ideia de 'aproximadamente, em relação ao ') é uma forma de anacolouto bastante frequente na linguagem popular. Ele consiste no enunciado do sujeito lógico (não gramatical) enfaticamente colocado no início do período, seguindo-se um período em que o sujeito é captado por um lugar pronome se necessário pela sintaxe; por exemplo.
Uma "oração" é um conjunto de palavras que implicam um juízo em relação a algo, e geralmente é expressa como afirmação, questão, ordem, desejo, ou exclamação.

 

ò Μωϋσής ούτος ... ουκ οϊδαμεν τί έγένετο αύτω (At 7,40), ou: 

ό νικών και ο τηρών ...τα έργα μου ... δώσω αύτω έξουσίαν (Αρ 2,26).

 

Quanto à forma, o nome e o vocativo grego muitas vezes são idênticos. Eles diferem apenas no masculino e no feminino singular, e não sempre. Daí a tendência para eliminar a distinção entre eles mesmo quando o vocativo teria sua própria forma, por exemplo. 

Jo 17,25: πατήρ δίκαιε, aqui o adjetivo indica que o autor considera πατήρ como um vocativo (πάτερ).

 Já no uso clássico o nome aparece com o artigo, em vez do vocativo. No entanto, quando isso ocorre no NT é referido à influência semita, porque, em hebraico, o nome com o artigo e a única maneira de expressar o vocativo.

 

2. Genitivo

 O genitivo 'geral'. Entre as divisões com as quais gramáticos são costumam classificar a imensa variedade emerge o genitivo , por sua clareza e utilidade, há uma distinção entre genitivo 'subjetivo' e 'objetivo'. A tal ponto que uma expressão como 'o amor do pai  [ή αγάπη τοΰ πατρός] pode ter dois significados muito diferentes: o amor com que o Pai ama (o genitivo indica o 'amor') sujeito do verbo, ou o amor com que o pai nos amou (o genitivo indica o objeto de amor). Neste caso, interpretar o texto sagrado, você tem que ter cuidado para não sacrificar a clareza própria e a força do texto.  Por exemplo: 'O amor de Cristo nos impele' [ή αγάπη τοΰ Χριστού συνέχει ημάς] (2 Cor 5. 4). O 'Cristo' e um objetivo genitivo subjetivo ο? Devemos responder: nem um nem outras ofertas sentido tão cheio do texto. O genitivo objetivo (o amor que Paul tem por Cristo) não é suficiente, porque Paul geralmente faz com que o genitivo objetivo com um εις (cfr. Col 1.4), ea razão dada sobre o amor que Cristo nos mostrou morrendo para todos. Nem mesmo o genitivo subjetivo (o amor que Cristo tem por nós) é plenamente satisfatório porque, o amor de que falamos, é uma força viva que atua no espírito do apóstolo. Em outras palavras, não podemos simplesmente categorizar isso sob o genitivo um ο outro dos dois aspectos, sem negligenciar uma parte do seu valor. A frase pode significar o amor que Cristo, pela sua morte e ressurreição. (Romanos 4. 25), mostrou para nós e que uma vez cumpridos (através da fé produzido na alma pelo próprio Cristo) exorta o apóstolo , irresistivelmente, para retribuir esse amor

 

3. Dativo

 A evolução da língua grega tende a eliminação do dativo. Neste caso grego moderno desapareceu. Seu lugar foi tomado pelo ο genitivo de εις com o acusativo. Deste desenvolvimento começam a aparecer alguns sinais - únicos sinais - em grego helenístico e bíblicos. Assim, lemos em Mc 8,19: τους πέντε άρτους έκλασα εις τους πεντακισχιλίους. . . τους επτά εις τους τετρασχιλίους; em At 24.17: έλεημοσύνας ποιήσων εις ίο έθνος μου; em l t 1.4: κληρονομίαν τετηρημένην εν ούρανοΐς εις υμάς. Sendo esse o caso, merecem atenção esses usos em que, ao contrário da tendência geral, o grego helenístico  usa o dativo em vez do 'clássico acusativo.

4. Acusativo

A função original do acusativo é limitar a extensão do verbo. Com a verbos 'transitivo' a extensão é limitado ao objeto. Isso também explica a 'relação' acusativo junto ao qual talvez pode colocar em uso 'adverbial' acusativo.

 

2. Complementos nominais e verbais

4. ἐγένοντο Λήδαι Θεστιάδι τρεῖς παρθένοι·
"nasceram de Leda, filha de Téstio, três donzelas:" (E.IA. 49)
5. οὐκ ἐπὶ πᾶσίν σ' ἐφύτευσ'  γαθοῖς, Αγάμεμνον, Ατρεύς.
"Atreu não te engendrou para todas as boas coisas, Agamêmnon." (E.IA. 29-30
Na primeira oração, o núcleo do sujeito é παρθένοι, "donzelas", e o verbo é ἐγένοντο,
"nasceram". Na segunda, o sujeito é Ατρεύς, "Atreu" e o verbo é ἐφύτευσα, "engendrou".
As outras palavras são complementos que qualificam, especificam ou delimitam circunstancialmente esses e outros elementos das orações.
Existem, em grego, praticamente os mesmos complementos do português; por razões estritamente didáticas, no entanto, nestas sinopses eles serão simplificados da seguinte forma:
§ complemento nominal: completa ou especifica, na acepção mais ampla do termo,
o sentido dos substantivos
v.g. ὀρνίθων, "de aves" e θαλάσσης, "do mar" (exemplo 2)
substantivos, adjetivos, pronomes, advérbios
§ aposto: explicação ou apreciação que se junta a um substantivo ou pronome; não
completa o sentido dele, só explica
v.g. Θεστιάδι, "filha de Téstio" (exemplo 4)

substantivos

§ predicativo: completa o sentido dos verbos de estado ("verbos de ligação")
v.g.  γαθός, "bom", na oração ὁ πατήρ  γαθός ἐστίν, "meu pai é bom"
substantivos, adjetivos
§ objeto: complemento verbal, completa a noção contida na ação verbal
v.g. παῖδας, "crianças", na oração διδάσκω τοὺς παῖδας, "eu ensino as
crianças", e o pronome σ' (σέ) no exemplo 5
substantivos, pronomes, adjetivos numerais
N.b.: no grego, como se verá, não faz o menor sentido usar as nomenclaturas "objeto direto", "objeto indireto" e "objeto direto preposicionado"

Uso do verbo ser

O verbo ειμί é peculiar, podendo ser usado não somente para indicar existência (ό θεός έστιν - Deus existe), mas também para unir um sujeito a um adjetivo como seu "predicado" (ό θεός έστιν αγαθός - Deus é bom).
No segundo exemplo, a "bondade" está sendo "predicada" de Deus, isto é, afirmada.
O verbo ειμί no tempo presente do modo indicativo. Esta omissão usualmente é indicada pela posição do artigo, que normalmente não é usado para o predicado. Assim, a proposição ό λόγος εστίν άγιος (Α palavra é santa) também pode ser expressa como ό λόγος άγιος ou άγιος ό λόγος .
Tal uso de um adjetivo é chamado "predicativo", pois o adjetivo funciona como o predicado da sentença, com o verbo ειμί subentendido.

O uso atributivo do adjetivo.

Em cada um dos três exemplos do uso "predicativo" de um adjetivo
1. ό άγγελος έστιν άγιος,
2. ό άγγελος άγιος,
3. άγιος ό άγγελος),
ο adjetivo está fora da combinação ό άγγελος. Se o adjetivo está dentro da combinação ό άγγελος, de modo que a expressão seja ό άγιος άγγελος, ou se o adjetivo está unido ao seu próprio artigo, de modo que a expressão seja ó άγγελος ό άγιος, o uso é chamado "atributivo".
Quando um adjetivo é usado atributivamente, o verbo ειμί não é implícito

Adjetivos como substantivos.

Muitos adjetivos têm não só a mesma terminação que os substantivos (ou seja, são declinados do mesmo modo que os substantivos), mas também muitos adjetivos (normalmente os de primeira e segunda declinações) podem ser usados como substantivo.
Assim άγιος, santo, é normalmente adjetivo: ό άγιος λόγος, a palavra santa.
Mas o adjetivo pode ser usado individualmente e, neste caso, deve ser traduzido como substantivo: ό άγιος, o santo, ou άγιος, um santo

Concordância.

Quando os adjetivos "modificam" substantivos ou pronomes, isto é, quando são usados para qualificar substantivos ou pronomes. Neste caso o adjetivo "concorda" com o substantivo ou pronome em género, número e caso.
Por exemplo, na sentença ò άγγελος αγαθός έστιν o substantivo άγγελος é explicitamente mencionado
quando usado como sujeito de έστιν.
Deve, então, referir-se a um nominativo neste caso, o sujeito implícito de έστιν. αγαθός é também masculino singular indicando que o sujeito implícito de έστιν também é masculino e singular. Daí a tradução Ele é bom para a sentença αγαθός έστιν

O substantivo λόγος

O substantivo λόγος, palavra, é um substantivo masculino da segunda declinação, isto é, da segunda das três categorias principais de substantivos gregos. É apresentado antes dos substantivos da primeira declinação, porque é semelhante na forma ao masculino do artigo, ê porque é encontrado muito frequentemente. Além disso, muitos adjetivos masculinos se declinam do mesmo modo que λόγος.

                  Singular          Plural

N               λόγος               λόγοι
V         λόγε                λόγοι
G         λόγου              λόγων
D         λόγω                λόγοις
A         λόγον              λόγους